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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A compra.

Hoje é o décimo segundo dia do mês de janeiro de 2012. A primeira postagem deste blog data de 12 de novembro de 2010. Algumas  coisas do plano já foram executadas.
Em meados de novembro de 2011, como as minhas férias se avizinhavam, decidi procurar um barco dentro das especificações que eu pretendia:
1-     Veleiro menor que 20 pés;
2-     Quilha retrátil;
3-     Que estivesse à venda, numa região não mais distante que 2.000 km;
4-     Que tivesse carreta rodoviária (se possível);
5-     Cujo preço não deveria ultrapassar os R$ 25.000,00.
Fiz uma seleção com 14 embarcações: 4 delas eram catamarãs, que apesar de estarem fora da especificação, poderia ser objeto de meditação, pois o preço estava na casa dos R$40.000,00;  6 Bruma 19’, 2 Microtonner 19’, 1 Fox 17’, e um Trimarã.
Convém mencionar os sítio de anúncios náuticos que foram utilizados para a pesquisa:
bl3.com.br; mercadolivre.com.br; eboat.com.br; portalnautico.com.br; webmarine.com.br.
Alguns dos barcos selecionados estavam fora da distância especificada e foram selecionados como reserva (5).
Cheguei a telefonar para uns três anunciantes. Fiquei entre Salvador e Brasília. Como minha cunhada mora em Brasília, essa cidade foi escolhida para a incursão, pois caso o negócio não fosse fechado, eu teria feito uma visita de férias, e retornaria prometendo consertar meu Hobbie Cat. Havia três veleiros que eu estava focando em Brasília, e apenas um tinha a carreta rodoviária, e o veleiro era um Microtonner.
 No 15 de dezembro viajei para Brasília com meu duplo objetivo: Visitar os parentes e ver se comprava o veleiro. Telefonei para o proprietário do veleiro para que mo mostrasse. Gostei do conjunto: o veleiro, a carreta rodoviária, e do vendedor, o Eduardo – que pela sua forma de falar, e os grisalhos cabelos, passava a segurança que eu almejava para realizar a compra. Destarte, em 19 de dezembro, tornei-me o novo proprietário do veleiro DRAKKAR.
Um dos problemas foi resolvido: comprar. O segundo era leva-lo para São Luís. Duas opções: reboca-lo com meu carro ou envia-lo por um caminhão plataforma. Apesar de muito mais cara, optei pela segunda opção, pois rebocar me pareceu muita aventura. A empresa transportadora foi a Rebocar, aqui da Curva do Noventa.
O veleiro está aqui em casa.Estou estudando como se monta ele. Eu deveria ter pedido ao Eduardo para montar o Microtonner, dar uma velejada para sentir o barco.
Essa semana consegui fazer o motor de popa funcionar. Trata-se de um Evinrude 3.3hp. Não entendo nada de motor de popa, nem como botar ele para funcionar: fuçando, fuçando o cara descobre, afinal são três alavancas combinadas – devem ser, acelerador, afogador e a chave que bloqueia o combustível – e bote força na cordinha do arranque. Em pesquisas na internet, descobri que a proporção óleo/gasolina é de 1/50 e o óleo para motor 2 tempo é o TCW3.
Próxima postagem eu direi sobre o lançamento do DRAKKAR.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Veleiro : Construir ou comprar?

Construir ou comprar?

Dileto dilema!
Já iniciei a construção, em 2004. Comprei o projeto do Engº Ronaldo Fazanelli, um catamarã polinésio de 21 pés, comprei o livro do Jorge Nasseh - Manual de construção de barcos - e iniciei estudando e acertando o projeto, depois iniciei o corte das anteparas (balizas). O método de construção é o Ply-glass, ou seja, compensado naval reforçado com fibra de vidro.
Com o passar do tempo fui pensando onde armar o barco. Não havia um bom espaço disponível para a obra, pois eu morava em apartamento e recortava as balizas na casa de minha mãe. Não poderia usar o hall de entrada da casa para tal, até porque eu não saberia dizer ou responder à pergunta: quanto tempo vai demorar?
A propósito, convém mencionar que em setembro de 1980, eu construí o meu primeiro barco: o ADAGIO. Esse nome foi escolhido porque o barco era projetado para ser lento, como o movimento musical Adagio (pero non Largo). O projeto foi idealizado por Eumesmo baseado unicamente, num desenho de um Sharp, com bolina, caixa de bolina, leme, mastro, retranca, etc... Tinha 3,2m de comprimento e 1,2m de boca.
Aquele tempo não havia internet para a gente pesquisar, para a gente tirar as dúvidas, ver como se faz, destarte eu emassei o barco com massa de madeira e pintei-o com tinta a óleo.
Agora falta o mastro e a vela (até o colete salva-vidas já tinha sido comprado), mas antes um teste de flutuabilidade. Eu e alguns colegas pegamos a minha Brasília velha e fomos fazer o teste de mar na Ponta d’Areia. Colocamos o barco no teto do carro e fomos pra lá.
Barco na água amarrado por uma corda (nada de cabo, é corda mesmo). Não entrou água, mas também não tinha equilíbrio, pois eu não sabia que ele estava pedindo um lastro. Barco na capota e voltamos.Fiquei triste: abandonei o projeto. Anos depois deu cupim, e tivemos que queima-lo – para desocupar espaço...
Então em 1995 comecei realmente a navegar. Era um Hobie Cat 14 que comprei de Pituca, que também me deu as primeiras dicas de navegação. Comprei livros e estudei o assunto também.Virei duas vezes, apenas. Achei um barco frágil para as agitadas águas da baía de São Marcos - na saída da Ponta d’Areia existe um verdadeiro quebra-molas de ondas, quando a maré está enchendo. Eu velejava 2 horas antes da maré encher, pois assim eu arrastaria menos o barco para o seco, visto que aqui em São Luís temos uma variação de maré da ordem de 5 metros (ou mais, dependendo da lua).Então duas horas para velejar. HC dá muito trabalho: tirar a retranca do carro, carregar e armar a vela; virar o barco para colocar a adriça (se você deixar a adriça no mastro, “eles” roubam); carregar salva-vidas e finalmente colocar o barco na água sem carreta de encalhe. Na volta o mesmo trabalho... ...sozinho é roça, e bote uma lavoura toda.
O segundo capítulo de Hobie Cat começou quando perdi o mastro e vi que comprar outro HC era mais barato do que comprar um mastro. Achei um HC 16 que dizia: “estou precisando de um dono”, procurei o dono que prontamente mo vendeu. Como geralmente eu andava só, coloquei a vela do 14 nele (nunca usei a vela do 16). Este segundo capítulo termina quando “eles” roubaram tudo que era de alumínio, inox do HC deixando só as bananas e o mastro.
Finando este intróito, e voltando ao dilema construir ou comprar, construí uma casa onde existe espaço para a construção do Cat 21’. Nesse ponto assaltou-me um pensamento: “Eumesmo é construtor de barcos?”. Cortar as balizas é simples e até agradável. E depois pra montar? Adesivo de epóxi! Nenhuma intimidade. Fibra de vidro! Uma aventura. “Chi!” - pensou Eumesmo-“ é melhor eu comprar um barco”.                                                                                                                                                       
"Aqui em São Luís é difícil achar. Comprarei um barco de 23’em São Paulo, Brasília ou Rio, que fica na faixa de R$ 30.000,00 a R$ 25.000,00. Pode ser o Atoll 23’, o Velamar 23’, o Cruiser 23’, o O’day 23’, o Brasília 23’. Venho com ele velejando, pois sou habilitado (Mestre). Não dá: são muitos dias. Carreta rodoviária/ frete rodoviário: vamos colocar mais uns R$ 5.000,00. E a quilha desse barco. Que que eu faço com ela?" Esses veleiros não podem encostar-se às praias: vamos colocar mais R$ 1.000,00 para um barquinho de apoio. Esse barco vai ter que ficar apoitado na Ponta d’Areia, lá perto do canal, pois aqui não tem marina ou cais para atracação de embarcação com calado grande (somente os portos oficiais). Se eu tiver que fazer qualquer reparo nas obras vivas (setor abaixo da linha d’água), vou ter que construir (atenção!) uma carreta que comporte a quilha, pois aqui em São Luís só existe catamarã. Já estou com saudade do Hobie.
Na nossa ilha a variação de maré é de 4,4m a 6 m de variação na alta, dependendo da fase da lua. Essa condição torna um barco com quilha fixa inviável, daí a exclusividade do catamarã.
Então Eumesmo avaliou que poderia um dos estaleiros locais – de “amplo conhecimento e notório saber” - executar o projeto já adquirido. Comecei visitando o Pereira, ali embaixo da ponte São Francisco.”Pereira caiu no mundo. Largou o estaleiro” disseram-me. Dirigi-me ao estaleiro de seu Gaudêncio, lá no Tamancão: “Só catamarã de 30’ em diante. Pequeno não compensa” - explicou-me o Gersivan. Senti também que ia ser mais caro do que eu esperaria desembolsar. De volta ao planejamento.
A alternativa hoje é aquisição de um barco de quilha retrátil, hábil para fazer navegação costeira, com segurança e algum conforto. A nova seleção de barcos de série que satisfazem essa especificação, tanto física como financeiramente, situam-se na casa dos 19’.São eles o Bruma 19, o Microracer 19, o Microtonner 19, o Fox 17, o Delta 17 e 21. Tem também, correndo por fora, o Potter AX, que apesar de ser pequeno é um projeto antigo e comprovadamente seguro.
Surgem agora outras questões de ordem prática: Até que lugar do Brasil compensa ir buscar ou pagar o frete? Se for a uma distância de uns 2.000km (algo como Brasília, Salvador) eu busco de carro. Mas para que isso aconteça, ou eu tenho de comprar uma carreta rodoviária que comporte o barco (na origem ou no destino), ou o veleiro deve já ter uma carreta. Se tiver carreta eu tenho que fazer uma pequena revisão para não ter problema na estrada. Não farei a compra do barco por e-mail ou telefone, terei que ir pessoalmente, logo devo ir de avião, hospedar-me em um hotel, fazer o negócio – ou não!(observe bem isso!)- e retornar para fazer a viagem para ir buscar o barco.